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12º CineCipó – ed. Serra do Cipó

Seguindo com a programação do 12º Cinecipó, fizemos uma curadoria de 15 filmes que ficarão em nosso site até 30/5/24.

Chico

Dir. Irmãos Carvalho, 2015, 2023

2029. Treze anos depois de um golpe de Estado no Brasil, crianças pobres, negras e faveladas são marcadas em seu nascimento com uma tornozeleira e têm suas vidas rastreadas por pressupor-se que elas irão, mais cedo ou mais tarde, entrar para o crime. Chico é mais uma dessas crianças. No aniversário dele, é aprovada a lei de ressocialização preventiva, que autoriza a prisão desses menores. O clima de festa dará espaço a uma separação dolorosa entre Chico e sua mãe, Nazaré.

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Digo às companheiras que aqui estão (Libras)

Sophia Branco e Luís Henrique Leal, 2021, 35′

Mais de 600 mil mortes. Um presidente negacionista que debochava da doença. Durante os mais de dois anos de Pandemia, os profissionais de saúde do país travaram uma luta diária. Para a terapeuta ocupacional Poliana, o trabalho consistia em manter a linha tênue que ligava a vida dos pacientes com a de suas famílias.

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Tança

Dir. Irmandade dos Atores da Pândega e Associação Quilombola Mato do Tição, 2015, 31′

Tança, africana escravizada na região da Serra do Cipó, Minas Gerais, é a matriarca ancestral do Quilombo do Matição, que teria vivido cerca de 130 anos. Constantina Augusta dos Santos, a tia Tança. renasce vigorosa na memória de seus descendentes mais velhos: 6 irmãos da família Siqueira, que mantém com impressionante lucidez e riqueza de detalhes a história do quilombo.

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Rota do Sal Kalunga

Dir. André Portugal Braga e Cardes Amâncio, 2015, 95′

Os antigos kalungas faziam essa rota comercial em busca de sal e outras mercadorias. Gastavam um ano para ir e voltar, enfrentando todas as adversidades da longa rota. Ao longo do caminho a equipe do filme passou por mais de 30 municípios, desde capitais, aldeias indígenas, quilombos e vilas com cinco casas. Narrativas brasileiras da resistência. História que não se aprende na escola.

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Fôlego Vivo

Dir. Associação dos Índios Cariris do Poço Dantas, 2021, 25’

Entre uma performance que faz referência a coragem e a resistência histórica da comunidade indígena dos Kariris e depoimentos que evocam indignação, Fôlego Vivo denuncia a lógica desenvolvimentista de controle dos recursos hídricos. Em constante ameaça devido às obras do Projeto de Integração do Rio São Francisco, a comunidade, localizada na Chapada do Araripe (Zona Rural do Crato/ CE), descreve, através de relatos, mitos e lendas, a própria relação com a água, considerada um elemento sagrado e essencial para a existência. (Ana Paula Vieira)

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Sonhos no chão, sementes da educação

Dir. Lucas Bois, 2020, 21’

A maioria do povo do campo nunca teve direito à alfabetização. A escola é um espaço de socialização. Em um território ocupado por trabalhadores produtores de alimentos sem veneno em terras abandonadas pela antiga usina de cana Ariadnópolis, esses elementos se potencializam. A escola popular Eduardo Galeano representa uma força viva, de encontro, de troca de saberes, onde uma sala de aula também é espaço de festa, comemorações e de organização da luta. Por meio de relatos dos moradores, educandos e militantes do MST, o curta-metragem desenvolve uma discussão sobre metodologias de educação em relação ao modelo de sociedade construída. Constitui um material de denúncia contra uma política de despejo, de destruição de sonhos imposta pelo Governador Romeu Zema (NOVO) em Campo do Meio, Minas Gerais. (Arthur Quadra)

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Mineiros

Dir. Amanda Dias, 2020, 23’ 

Minas é o principal estado minerador do país. A mineração está na raiz, na origem, na economia e no nome de Minas Gerais. O sangue dos mineiros está na mineração.

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Manuel do zueiro sem noção

Dir. Joacélio Batista, 2020, 16’

Para sobreviver ao século XXI, neocolonial e neoliberal: brincar. Criar manifestos de um mundo outro, um mundo de guerrilheiros e guerrilheiras que fazem de toda palavra uma subversão mínima da existência dentro do sistema dominante. Criar regras para um outro jogo, um jogo que ainda não existe mas o filme se propõe a construir coletivamente – trocar cadeiras de lugar, se recusar a tocar os pés no chão, esconder as identidades individuais, se negar a ceder tempo útil. Zoar e filmar; filmar e zoar. O manual para conseguir rir mais uma vez. (Larissa Muniz)

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Esperança 1770

Dir. Carmen Kemoly, 2019, 16′

Esperança Garcia é vida, direito e reparação. Fala poeticamente sobre uma mulher em diáspora, que tem a chegada de seus ancestrais pelo Maranhão e ao chegar no Piauí escreve uma carta denunciando os maus tratos que ela e sua comunidade sofriam. O que não sabia, é que com isso seria a primeira advogada do Brasil, oficializada pela OAB em 2017.

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NoirBLUE

Dir. Ana Pi, 2018, 27′

No continente africano, Ana Pi se reconecta às suas origens através do gesto coreográfico, engajando-se num experimento espaço-temporal que une o movimento tradicional ao contemporâneo. Em uma dança de fertilidade e de cura, a pele negra sob o véu azul se integra ao espaço, reencenando formas e cores que evocam a ancestralidade, o pertencimento, a resistência e o sentimento de liberdade.

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Cordilheira de amora II

Dir. Jamille Fortunato, 2015, 12′

Uma índia Guarani Kaiowá, Cariane Martines de 9 anos, transforma seu quintal num experimento do mundo. Ela cria histórias e personagens que alargam sua solidão em brincadeiras, sonhos e projetos. “Cordilheira de Amora II” é um documentário espontâneo, filmado com celular na Aldeia Amambai, no Mato Grosso do Sul, fronteira do Brasil com o Paraguai.

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Atordoado, Eu permaneço atento

Dir. Lucas H. Rossi dos Santos e Henrique Amud, 2020, 15′

O jornalista Dermi Azevedo nunca parou de lutar pelos direitos humanos e agora, três décadas após o fim da ditadura, assiste ao retorno das práticas daquela época.

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Rebento

Dir. Vinicius Eliziário, 2019, 18′

Zói, ao saber da gravidez de sua namorada, desata em si, sentimentos suspensos. Pedro, só queria terminar o desenho de sua família.

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De 25 a 27 de abril acontece, na praça da Serra do Cipó, a 12ª edição do “Cinecipó – Festival de Cinema”. Serão duas sessões diárias de curtas, incluindo filmes infanto-juvenis. As temáticas abordam assuntos sobre povos quilombolas, biodiversidade, territórios ancestrais e contemporâneos, emergência climática e outros temas contemporâneos relevantes.

Durante todo o festival, a programação começará diariamente às 17h30 com uma intervenção artística. Às 18h serão exibidas as sessões infanto-juvenis e, às 19h, a sessão de curtas-metragens. Todos as sessões são gratuitas e os  filmes possuem classificação indicativa livre.

Confira a programação completa:

Quinta-feira – 25/4/24

17h30 Intervenção artística com Suvaco e Pindaíba

18h – Sessão Infanto-juvenil 1

+ Roda de conversa com alunos e professores da EEDFJ

Maria Felipa – heroína da pátria

Fernanda Santana e Marta Silva, 2022, 5′

Maria Felipa é uma menina negra que ama ler. Em uma de suas idas a biblioteca, ela encontra um livro que provoca sua curiosidade.

Tesouro Quilombola

Ana Bárbara Ramos e Felipe Leal Barquete, 2021, 23’

As crianças do Quilombo Gurugi-Ipiranga (PB) brincam de caça ao tesouro e descobrem as verdadeiras riquezas da sua comunidade. Explorando suas raízes, elas aprendem sobre a cultura local, por meio de passeios e histórias contadas por suas principais figuras.

O passeio

Emily e Sabrina, 2021, 7’

Alunos do 9º A2 refletem sobre o cinema, as artes e as ciências e também passeiam por Belo Horizonte e pelo Cipó.

O filho da minha mãe

Direção Anderson Lima, 2023, 7′

Após muitos anos vivendo como filho único um garoto descobre que sempre teve um irmão gêmeo e que um acidente da vida fará com que os dois agora tenham que conviver. Vídeo realizado durante oficina na Escola Estadual Dona Francisca Josina.

19h Sessão de curtas

+ Roda de conversa com Projeto Presente: Educomunicação – Vinicius D Moreira e Thiago Araujo

Cavalo Marinho

Gustavo Serrate, 2023, 24′

Um grupo de garotos que vive na periferia do litoral capixaba educando montarias para trabalho, transporte e diversão resolve organizar uma corrida de cavalos para competir e decidir quem é o melhor jóquei da turma.

A Viagem de Seu Arlindo

Direção: Sheila Altoé / 2018 / 16’ / livre

Quilombo de Pedra Branca / Vargem Alta – ES

Na comunidade Quilombola de Pedra Branca, nas montanhas capixabas, os mais velhos preservam a tradição de contar histórias para os mais jovens como a do dia em que o Seu Arlindo decide fazer uma misteriosa viagem, deixando intrigados os moradores locais.

Vídeos Projeto Presente

Projeto Presente conta um pouco de sua história a partir de vídeos que registram suas atividades ao longo de quase duas décadas de existência.

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Sexta-feira 26/4/24

17h30 Intervenção artística com Pindaíba

18h – Sessão Infanto-juvenil

Meu Nome é Maalum

Luisa Meirelles Holanda Copetti, Animação, Rio de Janeiro, 2021, 7’53

Maalum vai para a escola pela primeira vez, mas seus colegas acham seu nome estranho. Seus pais, então, contam a origem de seu nome e como ele está ligado à sua ancestralidade.

Piropiro

Miyoung BAEK, Animação, Coréia do Sul, 2022, 9’30

Uma história de dois pássaros. ‘Piropiro’ da floresta e ‘Dalle’ da floricultura da cidade. Eles se encontraram acidentalmente em frente à floricultura e Piropiro quer que voem juntos para a floresta.

Cósmica

De Ana Bárbara Ramos, PB, documentário, 2022, 7 min.

inventamos. Acho que a emergência climática não pode ficar somente nas mãos dos adultos.

Rua Dinorá

Natália Maia e Samuel Brasileiro, Ficção, Ceará, 2022, 17’

Ao descobrir que suas colegas moram em ruas com o nome de personalidades históricas, Dinorá empreende uma investigação sobre o nome de sua própria rua.

19h Sessão curtas

Roda de conversa Bantu com Black Pio e B Reu

Nove Águas

Gabriel Martins e Quilombo dos Marques, 2019, 25′

Em 1930, Marcos e seu grupo de descendentes de escravizados saíram do Vale do Jequitinhonha rumo ao Vale do Mucuri. Fugindo da seca, da fome e da violência no campo, os quilombolas buscavam um novo território para construir sua comunidade. Dos tempos do desbravamento aos atuais, a história de luta por água e terra protagonizada pelos moradores do Quilombo Marques, no Vale do Mucuri, em Minas Gerais.

Travessia

Safira Moreira – 2019 – Brasil – 5′

Travessia é o curta que realizei a partir da memória estilhaçada, fruto do apagamento histórico da população negra no Brasil. Por eu ser agora uma mulher negra com uma câmera na mão e muitos sonhos no peito, que o curta se fez. Foi no gesto de garimpar fotografias de mulheres negras nas feiras de antiguidade do Rio de Janeiro que encontrei a fotografia que abre o filme, todas as fotos que encontrei nesse espaço provinham de álbuns de famílias brancas, logo, elas refletiam esse apagamento.

Solmatalua

Rodrigo Ribeiro – 2022 | Brasil | 15′

Em uma odisseia afro-diaspórica, divindades, paisagens, becos e vielas encontram-se nas encruzilhadas do tempo. Com uma constelação de vozes e presenças negras, SOLMATALUA percorre um vertiginoso itinerário entre territórios ancestrais e contemporâneos. Nessa jornada mística, devires sonoros e imagéticos celebram as poesias pretas que ancoram memórias e descobrem futuros.

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Sábado 27/04/24

17h30 – Apresentação musical com Josie Santos. 

Josie Santos, compositora, cantora e instrumentista com mais de 30 anos de experiência. Seu novo album solo, Pra Florescer a Humanidade, reflete sua relação com o mundo, a vida, pessoas e natureza.

18h – Sessão Infanto-juvenil 3

Acessibilidade Libras

Lily’s Hair (acessibilidade em Libras)

Raphael Gustavo da Silva / Ficção / 2019 / 15’

Lily é uma garota negra que não gosta de seus cabelos. Com a ajuda de Caio, seu amigo cadeirante, tenta ter os cabelos do jeito que sempre sonhou.

Dono de Casa (acessibilidade em Libras)

Anderson Lima / Ficção / 8′ / 2018

Um menino pede para brincar com as meninas. No início ele é dono de uma oficina, mas sem carros para consertar, ele precisa encontrar outro papel na brincadeira.

5 Fitas (acessibilidade em Libras)

Heraldo de Deus e Vilma Martins / Ficção / 15’ / 2020

Dois irmãos, Pedro e Gabriel, ouvem desde cedo as histórias e rezas de sua avó ao Senhor do Bonfim e decidem fugir no dia da lavagem, se aventurar entre a multidão, para tentar pedir por uma bola de futebol. La confrontam as narrativas de sua avó, com a lavagem atual, trazendo questões sobre religiosidade, sincretismo, manifestação popular, e importância da família.

19h – Sessão curtas

+ Roda de conversa com Fernando Goulard, Gabriel Caram e Luiza Kot

Imaginaves

Luiza Kot e Fernando Goulart, 2022, 7′

Imaginaves é uma catarse imagética e musical pelo universo do Cerrado. Um mosaico de sensações tropicais guiado por som e imagem, sem o uso da palavra, rumo à uma história onírica. Por fim, o sonho se torna pesadelo frente a face do crescimento econômico da sociedade moderna, que na sua versão mais cruel se materializa com a mineração industrial.

Santuário das Vellozias

Luiza Kot, 2024, 11′

Uma construção participativa de uma trilha interpretativa para a visitação de uma planta rara em um parque nacional é o epicentro de uma história que vai além no tempo e espaço. Vellozia gigantea ou canela-de-ema-gigante é uma planta centenária, ameaçada de extinção que representa a luta pela sobrevivência. Remontando a evolução da vida na terra e contando sobre as transformações da paisagem, o filme atenta para a biodiversidade dos campos rupestres da Serra do Espinhaço, onde a espécie ocorre. Traz também conceitos como a simbiose, termo que significa “viver junto”, e leva a reflexão de como podemos continuar vivendo junto com outras espécies que habitam esses campos montanhosos.

Mineiros

Amanda Dias, 2020, Minas Gerais, 23’

“Quantas toneladas exportamos / De ferro? // Quantas lágrimas disfarçamos / Sem berro?” (C. D. A., ‘83). No mundo representado por Mineiros, nenhum berro. Tudo é deserto e stasis forçada. Paisagens vazias, ruínas, casas abandonadas — lugares atravessados por ruídos silenciosos — cantos de grilos, pios distantes, barulhos de rio, ecos de vento, zumbidos. A montagem reforça a atmosfera fantasmagórica, ao mesmo tempo em que coleciona signos, animais errantes, placas e cartazes, chaminés com fumaça, acrescentando ao que vemos camadas de sentido. Um apito lancinante corta o ar — um alerta do passado que se repete, um alarme do que não cessa de continuar. Os espaços sem corpos, quase sem vida, representam pela chave da ausência famílias expulsas ou dizimadas, moradores que perderam o pertencimento da própria terra (a “pátria” de tantos mineiros). Nesse universo sem humanos, a voz finalmente desponta, com firmeza, para declarar que, no programa da destruição capitalista, a vida das pessoas é administrada como um obstáculo ao progresso, e ao trabalho das mineradoras. (luís flores)

* Todos os filmes possuem classificação indicativa livre.